Câmara recebe palestras sobre o mercado de trabalho para jovens

A Câmara Municipal de Mogi das Cruzes recebeu na manhã desta quarta-feira (2), o evento “O Futuro em construção: Geração Z e o Mercado do Trabalho”, realizado no auditório Tufi Elias Andery. Na ocasião, foram ministradas palestras de capacitação profissional para jovens de 16 a 24 anos. A iniciativa é do vereador Osvaldo Silva (REP) e obedece à Lei Municipal 8.167/2024, que inseriu no calendário oficial do Município a “Semana do Primeiro Emprego”.

Além de Silva, compareceram ao evento a vereadora Priscila Yamagami (PP), o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Sadao Sakai, e seu adjunto, Cláudio Costa, o presidente do Sincomércio (Sindicato do Comércio Varejista do Alto Tietê), Valterli Martinez, além de representantes da UBC (Universidade Braz Cubas), da Fatec (Faculdade de Tecnologia), da AMOA (Associação Mogiana Oficina dos Aprendizes), de agências de emprego, entre outras entidades.

O vereador Osvaldo Silva abriu os trabalhos da sequência de palestras. “Esta é uma necessidade que venho identificando desde o meu primeiro mandato. Recebo muitas queixas de pais, mães e avós que me procuravam para falar que os filhos estudavam, mas depois não conseguiam oportunidade de trabalho. Nesse contexto, mais do que disponibilizar vagas, é preciso prepará-los para o mercado profissional”.

O secretário Sadao Sakai elogiou a iniciativa da Câmara. “Eventos como o de hoje são fundamentais para definirmos as políticas públicas que vão estimular o crescimento de Mogi. Isso é imprescindível para o futuro da nossa Cidade, e o futuro da Cidade são os nossos jovens”.

Cláudio Costa, secretário adjunto de Desenvolvimento, também deixou seu recado. “Temos 200 mil pessoas na informalidade em Mogi. Na outra ponta, há muitos empregos bons. Na semana passada, fizemos um mutirão de emprego: de 133 pessoas convocadas e confirmadas, apareceram somente 43”.

Priscila Yamagami sugeriu mais tempo e espaço para dar voz à faixa etária. “Precisamos fortalecer a articulação e a conexão com a juventude. É necessário unir poder público, iniciativa privada, instituições de ensino e o terceiro setor para criarmos espaços de escuta dos jovens. Precisamos conversar mais”.

Por sua vez, o empresário e palestrante Tiago Ocanha, que ministrou o tema “Futuro do trabalho” falou sobre a importância de se amar o que se faz. “Fiz uma pesquisa na semana passada no Instagram, questionando se as pessoas consideram o trabalho uma graça ou um fardo. Setenta por cento responderam que é um fardo. Precisamos parar de confundir emprego com trabalho. Podemos não gostar de tudo que acontece no nosso emprego, mas temos de amar o nosso trabalho”.

Já a neuropsicóloga e professora universitária Giseli Silva abordou o tema “Aspectos Psicológicos da Geração Z no Mercado de Trabalho”.

“Os maiores desafios são os psicológicos. Por serem de uma geração que já nasceram dentro da tecnologia, esses jovens têm acesso a muita informação, mas não sabem o que fazer com tanto volume de dados. Eles se sentem perdidos quando chega a hora de escolher uma profissão. Isso gera medo, o que pode virar ansiedade. Existe a pressão da família e a pressão deles com eles mesmos”, disse Giseli.

Ana Beatriz Martins de Lima, 18 anos, foi uma das jovens que participou do evento. “Meu maior medo é que eu não tenho experiência em nenhuma área. Por isso, fico com receio de acabar não sendo contratada”.

Eloisa Serafim Maldonado, 18, também assistiu às palestras desta manhã. “Fico com receio de como vão ser as relações dentro da empresa que eu for trabalhar. Também tenho medo de não conseguir me adaptar. Sinto que é um grande desafio conseguir se adaptar bem”.

Além das palestras, também foi realizado o painel “Os Desafios do Mercado para a Geração Z”, no qual os jovens tiveram a oportunidade de participar de um bate-papo com especialistas em Recursos Humanos.

Houve, antes da palestra, desde o dia 26, um feirão online de empregos, com cerca de 2.500 acessos de interessados. Em breve, novos feirões serão abertos.

Atualmente, mais de 45 mil jovens entre 16 e 24 anos estão fora do mercado de trabalho em Mogi das Cruzes, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais).