Com mais de oito mil mortes de palestinos, vereadores mogianos repudiam ataques contra Israel

Em sessão ordinária nesta terça-feira, 31, a Câmara Municipal de Mogi das Cruzes aprovou a Moção n° 157/2023, que repudia os ataques terroristas do Hamas contra Israel, ocorridos no último dia 7 de outubro. A autoria do documento legislativo é do vereador Zé Luiz (PL).

“O ataque do Hamas em 7 de outubro foi a pior agressão da história contra o povo judeu desde o holocausto, quando 6 milhões de judeus foram mortos pela Alemanha nazista de Hitler na Segunda Grande Guerra Mundial [1939/1945]”, argumenta o político.

A vereadora Inês Paz votou contra a Moção, afirmando que a proposta ignora o lado Palestino. “Sou favorável à paz e contra a violência, mas era importante que essa Moção fosse em defesa da paz. Porque não podemos aceitar do jeito que foi colocado, que não enxerga o outro lado. Nesse momento o genocídio praticado também pelo lado de Israel extrapola a questão religiosa”, justificou.

Números oficiais mostram que 1045 israelenses foram mortos pelo grupo terrorista Hamas, enquanto o Exército de Israel, que controla a faixa de Gaza há décadas, matou 8045 palestinos, desses, mais de 3000 crianças. A Palestina há muitos anos denuncia o que chama de colonialismo de Israel, que além de controlar militarmente a entrada e saída de Gaza, também insere assentamentos judeus em territórios palestinos, localizados na Cisjordânia. Os palestinos também denunciam diversos crimes de guerra de Israel, como bombardeio a hospitais, frequentes ataques a residências de civis, além do recente bombardeio a um campo de refugiado palestino no sul de Gaza.

No documento apresentado ao Plenário Zé Luiz se sensibiliza pelas vítimas israelenses. De acordo com ele, mais de 40 vítimas eram bebês, sendo que alguns dos recém-nascidos foram assassinados de forma cruel, inclusive com decapitação. “O estado de Israel é o único país democrático do Oriente Médio, onde homens e mulheres possuem os mesmos direitos. Além disso, no país, vários grupos religiosos distintos coexistem harmonicamente, como judeus, cristãos, muçulmanos, entre outros”, defende o vereador mogiano. Zé Luiz ainda afirmou que os mais de oito mil palestinos, incluindo mais de três mil crianças palestinas mortas pelo Exército de Israel, é culpa do Hamas.

“Em toda guerra vai ter inocente morto e civil pagando o preço, mas precisamos entender quem é que causou isso e de onde vieram os primeiros ataques, que foi feito em um sábado sagrado. Em uma provocação como essa, claro que vai ter um contra-ataque”, ressaltou Zé Luiz.

O conflito entre Israel e Palestina é bem antigo e se intensificou em 1948, quando a Organização das Nações Unidas determinou a criação do Estado de Israel em território palestino. Havia uma promessa da criação de um Estado para a Palestrina que até agora não foi criado. Durante o século XX, muitos conflitos armados foram travados na região, um dos mais famosos, conhecido como a guerra dos seis dias, garantiu a Israel a expansão do território, em locais que seriam reservados para a criação de um Estado Palestino, como a Península do Sinai, Jerusalém Oriental, Cisjordânia e as Colinas de Golã.

“É importante falar que o terrorismo existe, que está causando dor nas pessoas e precisa ser combatido”, ressaltou Fernanda Moreno (MDB).

“Voto contra o terrorismo, mas não posso me calar diante das barbáries que têm ocorrido naquela região. Fico triste quando cientistas falam que a quantidade de explosivos jogados em Gaza é idêntica aos de Hiroshima. Não acho justo 3500 crianças morrerem e se dizer que é natural”, retrucou Iduigues Martins (PT).